Imagine a cena: a moça do avião, aniversariante do dia, está confortavelmente sentada no seu assento de janela, pronta para desfrutar de uma vista panorâmica das nuvens (pela qual pagou), quando de repente, uma mãe e seu filho, que parece ter se graduado com honras em birra, aparecem.
O pequeno herdeiro, com lágrimas que poderiam encher um balde, exige o seu lugar. A mãe, com a confiança de um advogado de defesa e tentando acalmar seu “tsunami humano”, solicita que a moça ceda o assento. E quando, com a serenidade de um monge, a moça recusa, a desesperada mãe grita sobre a falta de empatia por uma simples e fofa criança.
“Empatia”, para esclarecer, é a capacidade de compreender e partilhar dos sentimentos alheios. Mas, convenhamos, empatia não significa ceder a todas as exigências de um pequeno ditador em formação.
A passageira, ao manter sua posição, ensinou uma lição valiosa: resistência à frustração. Uma habilidade que, sejamos honestos, está em falta no mercado.
A cena no avião é um exemplo perfeito do ditado: “quando um não quer, dois não brigam”. A passageira, com a sabedoria de um mestre zen, simplesmente não entrou no jogo.
E, ao fazer isso, ela não apenas manteve seu lugar, mas também livrou os RHs do futuro de um candidato que, facilmente, poderia querer ser Aprendiz SENAI de Dono.
Imagine um mundo onde todos cedem às birras. Teríamos CEOs que exigem aumentos porque “querem”, ou, então, funcionários que se recusam a trabalhar porque “não estão a fim” (qualquer semelhança com a atualidade é mera coincidência – ou não?)
A moça do avião, com sua recusa educada, mostrou que às vezes a melhor resposta é um firme, mas gentil, “NÃO”.
Portanto, da próxima vez que você estiver em uma entrevista de emprego ou lidando com um colega ou candidato difícil, lembre-se da moça do avião.
Às vezes, a melhor maneira de mostrar empatia é ensinar que nem sempre podemos ter o que queremos. E isso, meus amigos, é uma lição que vale mais do que qualquer vista de janela.
